Santarém inaugura<br>Rua Álvaro Cunhal

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San­tarém tem, desde do­mingo, uma nova rua. Si­tuada na ur­ba­ni­zação de São Do­mingos, par­tindo da ro­tunda da água, está a partir de agora a Rua Álvaro Cu­nhal, inau­gu­rada pelos pre­si­dentes da União de Fre­gue­sias da ci­dade e da Câ­mara Mu­ni­cipal de San­tarém e pelo Se­cre­tário-geral do PCP, Je­ró­nimo de Sousa. Após des­cer­rarem a placa que ins­creve o nome de Álvaro Cu­nhal na to­po­nímia do con­celho de onde saiu a co­luna mi­litar de Sal­gueiro Maia, na ma­dru­gada do dia 25 de Abril de 1974, para forçar o der­rube do go­verno fas­cista, os três res­pon­sá­veis su­bli­nharam o papel his­tó­rico, a en­trega a causas e va­lores e a per­so­na­li­dade mul­ti­fa­ce­tada de Álvaro Cu­nhal como di­ri­gente e pen­sador po­lí­tico, como es­critor e ar­tista plás­tico.

Na úl­tima in­ter­venção da ce­ri­mónia, Je­ró­nimo de Sousa agra­deceu a de­cisão unâ­nime da Câ­mara Mu­ni­cipal e da União de Fre­gue­sias em dis­tin­guir Álvaro Cu­nhal, «per­so­na­li­dade fas­ci­nante» do Por­tugal con­tem­po­râneo que deixa um imenso le­gado, não só aos co­mu­nistas mas também aos tra­ba­lha­dores e ao povo por­tu­guês: «deixa-nos, desde logo, esse grande exemplo da en­trega de­sin­te­res­sada ao ser­viço da causa justa que abraçou», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa lem­brando a con­cepção do exer­cício da ac­ti­vi­dade po­lí­tica «para servir o povo e o País, e não in­te­resses pes­soais ou de grupo».

Após re­cordar as pa­la­vras do pró­prio Álvaro Cu­nhal, se­gundo o qual a po­lí­tica «é uma pa­lavra digna», que sig­ni­fica «uma ori­en­tação, uma pro­posta e uma in­ter­venção des­ti­nadas a re­solver os pro­blemas que se co­locam na vida de qual­quer so­ci­e­dade», o Se­cre­tário-geral do Par­tido va­lo­rizou a re­jeição que o his­tó­rico di­ri­gente do Par­tido sempre fez da de­ma­gogia, da «re­tó­rica ba­rata» e da «po­lí­tica-es­pec­tá­culo».

A ter­minar a sua in­ter­venção, Je­ró­nimo de Sousa con­si­derou ser in­ques­ti­o­nável, para os co­mu­nistas, de que «são os povos que fazem a his­tória». Mas, acres­centou, essa mesma his­tória pre­cisa «do con­curso dos ho­mens certos e em cada mo­mento, para lhe dar rumo e mo­vi­mento». Ho­mens como Álvaro Cu­nhal que, «co­nhe­cendo a re­a­li­dade e os de­sa­fios do seu tempo, são ca­pazes igual­mente de com­pre­ender e in­ter­pretar as as­pi­ra­ções mais pro­fundas do povo e de lhe dar um sen­tido».

Antes, o pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal, Ri­cardo Gon­çalves (eleito pelo PSD), con­si­derou que San­tarém é «her­deira dos va­lores de Abril», pelo que faz todo o sen­tido a atri­buição do nome de Álvaro Cu­nhal a uma rua, in­de­pen­den­te­mente dos di­fe­rentes po­si­ci­o­na­mentos po­lí­ticos. O papel de Álvaro Cu­nhal na his­tória re­cente do País e o exemplo de «ci­da­dania ac­tiva» que deixou jus­ti­ficam-no ple­na­mente, ga­rantiu o edil.

Em nome da União das Fre­gue­sias de Mar­vila, Santa Iria, Ri­beira de San­tarém, São Sal­vador e São Ni­colau, o seu pre­si­dente, Carlos Marçal, con­si­derou Álvaro Cu­nhal «uma das mai­ores per­so­na­li­dades do sé­culo XX em Por­tugal» e des­tacou a sua luta pela de­mo­cracia, pela li­ber­dade e por uma so­ci­e­dade mais livre. A pro­posta da atri­buição do seu nome a uma rua da fre­guesia partiu da União de Fre­gue­sias, lem­brou.




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